Um estudo marco, divulgado neste ano, vinculou pela primeira vez 42 genes extras à doença de Alzheimer.
Cientistas de oito países, incluindo França, Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, analisaram o material genético de 111 mil pessoas com Alzheimer.
Eles identificaram 75 genes associados a um risco aumentado de desenvolver a doença, incluindo 42 não previamente implicados na condição.
Suas descobertas, publicadas na Nature Genetics, sugerem que a doença de Alzheimer é causada por muitos fatores, com evidências de que existe uma proteína específica envolvida na inflamação.
A coautora do estudo, Julie Williams, descreveu o trabalho como “um grande salto em nossa missão de entender a doença de Alzheimer e, finalmente, produzir vários tratamentos necessários para retardar ou prevenir a doença”.
“Os resultados apoiam nosso crescente conhecimento de que a doença de Alzheimer é uma condição extremamente complexa, com múltiplos gatilhos, vias biológicas e tipos de células envolvidos em seu desenvolvimento.”
Outra pesquisa mostrou que fatores de estilo de vida — como tabagismo e certas dietas — influenciam quem pode desenvolver a doença de Alzheimer. Mas os pesquisadores acreditam que a genética representa o maior risco.
Cientistas disseram em 2019 que poderiam identificar com precisão as pessoas com propensão à doença antes que os sintomas apareçam.
Cientistas dos EUA foram capazes de usar os níveis de amiloide no sangue para ajudar a prever seu acúmulo no cérebro.
Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington, no Estado americano de Missouri, escrevendo na publicação Neurology, mediram os níveis da proteína beta amiloide no sangue de 158 adultos com mais de 50 anos. Eles queriam ver se exames cerebrais mostravam níveis semelhantes.
As análises mostraram níveis semelhantes, mas em apenas 88% das vezes — o que não é preciso o suficiente para um teste de diagnóstico.
Quando os pesquisadores combinaram essas informações com outros dois fatores de risco para a doença — ter mais de 65 anos e pessoas com uma variante genética chamada APOE4 — a precisão do exame de sangue melhorou para um nível de 94%.
Especialistas britânicos ouvidos pela BBC em 2019 disseram que os resultados eram promissores — e um passo em direção a um exame de sangue confiável para detectar Alzheimer.
No entanto, especialistas médicos também alertam contra a confiança em exames de sangue no momento.
A Associação de Alzheimer dos EUA diz: “vários testes de triagem de demência foram comercializados diretamente para os consumidores. Nenhum desses testes foi cientificamente comprovado como sendo preciso”.
A entidade recomenda o diagnóstico de um médico avaliando uma série de fatores: “Por essas e outras razões, a Associação de Alzheimer acredita que os testes de triagem domiciliar não podem e não devem ser usados como substitutos de um exame completo por um médico qualificado”.
Em resumo, há um potencial para exames de sangue para Alzheimer, mas o diagnóstico de um médico que avalia o comportamento do paciente é crucial para determinar se existem sintomas.
Fonte: BBC Brasil