O Laboratório Santa Paula acompanhou as discussões da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável por entender que o bem-estar da humanidade depende do respeito à natureza
Junho já é normalmente considerado o mês do cuidado com a natureza, visto que no dia 05/06 se comemora o dia da ecologia e do meio ambiente. Neste ano, somou-se à celebração habitual à realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que aconteceu entre os dias 13 e 22 de junho na cidade do Rio de Janeiro.
O objetivo do evento era reunir os governos de diversos países do mundo em torno à renovação de seu compromisso político com o desenvolvimento sustentável, firmado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), em 1992, onde se definiu uma agenda para a sustentabilidade voltada às próximas décadas.
No entanto, do grupo G8, formado por: setes países mais ricos do mundo mais Rússia, apenas França compareceu ao encontro, enquanto o Grupo G77 + China, integrado pelas nações em desenvolvimento aliadas à potência chinesa, divergiu em vários temas estratégicos, referentes ao desenvolvimento sustentável, como o direito humano à educação, o conceito de economia verde e a criação de um fundo de recursos a serem investidos em mudanças na produção econômica rumo à sustentabilidade.
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Enquanto poucos avanços e consensos foram alcançados na convenção oficial, ocorria paralelamente, no Aterro do Flamengo, a Cúpula dos Povos, evento organizado pela sociedade civil com o objetivo de manifestar sua contrariedade ao conceito de economia verde discutido pelos governantes, em favor de que o debate para um verdadeiro desenvolvimento sustentável priorize a busca por justiça social e ambiental.
Clique aqui para ler a carta final da Cúpula dos Povos
Para organizações e movimentos sociais de todo o mundo, o que se abordou na Rio+20 oficial foi a tentativa de mercantilizar os bens naturais comuns, como a água, o solo e as florestas, ao invés de se refletir sobre a necessidade de mudanças profundas na estrutura do atual do sistema econômico e político, que sobrepõe o capital à dignidade e à qualidade da vida humana.
Nós do Laboratório Santa Paula aproveitamos a ocasião para manifestar nosso posicionamento a favor de que a natureza seja respeitada como um bem comum, e o direito a usufruí-la e o dever de cuidá-la sejam partilhados por todos e todas.
Disso depende a saúde humana. Informe-se e atue, expressando sua opinião a respeito e fazendo sua parte para a conservação do planeta.